Cultura

METAMORPHOSE
CENTRO DE DIVULGAÇÃO ARTÍSTICA

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Por Maria Alves

Carlos e Margarida, com o intuito de descentralizar a Arte e a Cultura, decidiram, em 1993, que Cabeção seria o cantinho do mundo onde iriam expressar os seus sonhos do universo artístico. De uma forma misteriosa e algo rebelde, queriam despertar a criatividade vagueando como palavras soltas numa página em branco. Perderam-se nestes longos campos verdes por breves instantes, para logo se reencontrarem com uma renovada capacidade de escuta e de resposta. Numa terra com um passado ligado à família, a ideia de continuidade e de proliferação das artes era um projeto de vida que partilhavam.

Em 1995 nasce a Metamorphose – Centro de Divulgação Artística, uma associação sem fins lucrativos, que tem como finalidade promover e divulgar as Artes e os Artistas portugueses, assim como a sua descentralização. Com o intuito de fortalecer a relação das artes com a comunidade e o pensamento crítico sobre a mesma, propõe-se organizar exposições, seminários, workshops e festivais como forma de alimentar o seu público e levá-lo a aumentar a sua fruição cultural. Como associação cultural o seu objetivo também é apoiar a produção de espetáculos ou outras formas de comunicação artística.

Entre 2001 e 2011 a Metamorphose teve um protocolo de cedência do Teatro de Cabeção (que se encontra em fase de restauro) com a Santa Casa da Misericórdia de Cabeção.

Conseguiu desenvolver a sua programação anual através de realização de espetáculos de teatro, dança e exposições. Muita desta oferta, integrada no Festival Encontr’Arte em Terra de Encantar, que tem como propósito presentear o espectador com uma alternativa poética perante uma sociedade onde o imaginário é muitas vezes esquecido. O desejo de exteriorizar pelo prazer de criar e de se exprimir é fundamental em todas as fases da vida. Este festival teve início em 2003 e é um festival que, até 2017, ocorreu entre o Dia Mundial do Teatro e o Dia Mundial da Dança, e que desde 2018 passou a realizar-se em agosto, onde o público pode encantar-se com Arte em Cabeção, cuja magia está na capacidade essencial dos artistas se apresentarem perante o público, revelando o seu mistério, em espaços não convencionais.

Ao longo destes anos de trabalho e das várias atividades artísticas que tem desenvolvido desde a sua formação, promoveu o sentido estético e a formação do indivíduo, na qual se destacam os seguintes eventos:

  • Sete Mostras de Teatro das Escolas do Concelho de Mora;
  • Apoio em dois Festivais de Música Rock no Concelho de Mora;
  • Várias ações de formação na área do Teatro e da Dança;
  • Festivais Encontr’Arte em Terra de Encantar, desde 2003: espetáculos de teatro e dança e exposições de pintura, teatro e dança; formação em vários tipos de Dança (Sapateado, Salsa, Dança do Ventre, Sevilhanas, Hip Hop) e na área do Teatro (Dramaterapia, Construção e manipulação de Gigantones, Técnica de Clown, Técnica da Máscara);
  • Encontros de Teatro Sénior, desde 2010;
  • Entre 2007 e 2011, Oficina de Teatro Pintores de Sonhos, com quatro produções;
  • Grupo de Teatro Opsis em Metamorphose, desde 1998, com quinze produções, sete para a Infância e oito para Adultos;
  • Apoio ao Grupo de Teatro “A Fantasia” do Ervedal, nas suas produções;
  • Apoio na realização de espetáculos de Dança e Teatro, produzidos pela Escola E.B. 2,3/S de Mora, Escola Secundária André de Gouveia, Escola E.B. 2,3 de Santa Clara e Escola Profissional Abreu Callado;
  • Apoio ao Grupo de Dança do Ervedal;
  • Apoio ao Grupo de Música Popular Rompe e Rasga;
  • Apoio ao Grupo de Música Bairro Novo;
  • Apoio ao projeto de Animação “Aprender Fazendo” da Santa Casa da Misericórdia de Mora.

Em 1998 é fundado o Grupo de Teatro Opsis em Metamorphose, da necessidade biológica de criar, cuja satisfação é absolutamente necessária para o bom desenvolvimento do nosso ser. As criações dos trabalhos têm origem nas novas formas e contextos como objeto de arte, colocando em palco textos originais criados pelo coletivo de atores ou textos escritos por dramaturgos portugueses e estrangeiros. Trabalhos que conduzam a reflexões sobre a própria arte do Teatro: que se reflita sobre o Teatro, que se fale de uma forma interna sobre aquilo que está a acontecer.

OPSIS (Espetáculo) é o modo de imitar, um dos seis elementos constitutivos da Tragédia”. A tragédia é uma imitação da ação contendo igualmente espetáculo, costumes, histórias, dicção, canto e pensamento.

Aristóteles

OPSIS, é um projeto de Teatro para todos (Infância, Juventude, Adultos) como arte da vida, como produção do simbólico, feita pelo corpo vivo a ser visto e ouvido em direto, no espaço e no tempo. Teatro como forma de expressão artística e, simultaneamente como meio de comunicação e divertimento, contribuindo para o desenvolvimento cultural e social, assim como importante fator pedagógico e formativo.

PRODUÇÕES:

  • O Faneca e o Seboso
  • O Sapo Apaixonado
  • O País dos Brinquedos
  • O Sol Tonto
  • O Falatório
  • O Feitiço do Livro
  • O Teatro Obrigatório
  • Risco
  • Universos e Frigoríficos
  • História Mágica
  • Vozes do Rio
  • A verdadeira História de Andreia Belchior
  • Trilhos D’Oiro
  • Mnemónica
  • Puro – Sangue
  • Abraço (Espetáculo em fase de criação)
  • Da plateia para o palco (Espetáculo em fase de ensaio)

A todos os intervenientes, artistas e espectadores, participantes neste conjunto de eventos Artísticos, pretende-se que usufruam de um espaço de comunicação, criação e reflexão. A Arte não acaba nunca e a viagem é um infindável mundo de criação e imaginação. Um espaço de todos e para todos, onde o universo artístico promove a partilha e a relação humana e o contacto com o ambiente que nos rodeia. Num cantinho do mundo com planícies sem fim, continuam a sonhar com as potencialidades da Arte e da sua irresistível capacidade para encantar este Alentejo dos nossos olhos.

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