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PERMACULTURA – A agricultura sustentável

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Por Alexandra Lopes

Sou citadina. Nasci e vivi sempre numa cidade. Cresci feliz por entre prédios, ruas e trânsito, mas cedo comecei a sentir a falta do verde das plantas, e do espaço aberto e puro do campo. Faltava-me poder pôr as mãos na terra, e ver crescer o meu alimento de uma forma natural e sustentável.

Portanto, assim que pude arranjei um bocadinho de terra no campo e planeei um espaço para a minha primeira horta. Finalmente tinha o meu espacinho onde podia plantar as minhas alfaces, cenouras, tomates e morangos; e queria fazê-lo em cooperação com a natureza e respeitando o equilíbrio natural da terra.

E foi assim que, sem o saber, trouxe a Permacultura para a minha vida. Comecei a olhar para a terra para ver como se equilibram os seus diferentes elementos, estudei as diferentes plantas e como melhor se beneficiam mutuamente, procurei informação sobre alternativas ao uso de químicos, que fossem naturais e sustentáveis. No fundo, estudava a natureza para lhe imitar os princípios orgânicos. E foi nesse estudo que aprendi que o que eu procurava já tinha sido pensado, estudado e descrito, e que se chamava Permacultura.

O termo Permacultura (agricultura permanente) torna-se conhecido na década de 1970, e começou por ser um conjunto de ideias sobre agricultura sustentável. Para isso devem imitar-se os padrões naturais dos ecossistemas, fruto da evolução de milhares de anos. E perceber e respeitar que tudo está ligado : o peixe ao rio, a chuva à árvore, o mocho à cobra e ao musgo; ao beneficiarmos um, beneficiamos todos, e ao prejudicarmos um, prejudicamos tudo e todos.

Em Permacultura não se usam químicos, não se remexe o solo e usa-se palhagem junto ao solo. Isso permite manter intacta a riqueza das camadas do solo e dos seus micro organismos próprios, e proteger o solo da erosão. Associam-se culturas, numa ótica de entreajuda natural e fomento da diversidade. Misturam-se conhecimentos ancestrais com técnicas modernas e descobertas científicas, numa tentativa de reverter o rumo destrutivo que leva o nosso planeta.

Mas a Permacultura não se cinge à agricultura. Nas últimas décadas evoluiu para uma filosofia de vida baseada em habitats humanos sustentáveis, um estilo de vida em integração direta e equilibrada com o meio ambiente. As suas três éticas de base continuam a guiar os permacultores na sua procura de uma vida sustentável:

  1. Cuidar da terra.
  2. Cuidar das pessoas.
  3. Partilhar os excedentes e limitar o consumo.

“Permacultura é a filosofia de trabalhar com, ao invés de contra, a natureza; de observação longa e cuidadosa ao invés de trabalho longo  e irrefletido; e de olhar para as plantas e os animais em todas as suas funções, ao invés de tratar cada área como um sistema de um só produto” (B. Mollison).

 

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