Sertório Ramalho, um artista multifacetado, apresenta de 3 de Junho a 31 de Julho, no Centro Cultural de Cabeção, a exposição denominada “Arte e Tradição” onde se incluem peças originais das suas coleções particulares e réplicas confecionadas pelo próprio.
Dado que esta edição do Atão é maioritariamente dedicada à criança, pedimos a Sertório que nos contasse um episódio de infância.
“Eu em criança era endiabrado, vivaço e traquinas!”
Riu-se
“Os meus vizinhos sofriam. Arrancava os pés às melancias, pisava as nabiças e comia as melhores laranjas. Para não falar, que com uma cana e uma lata, todos os dias batia nos muros a infernizar a vida aos velhotes”
Tornou a sorrir
“A minha mãe tinha-me proibido de tomar banho no canal, por ser demasiado perigoso. Um dia fui com três amigos para o canal e a minha mãe soube.
Foi até lá, pegou na minha roupa, e com uma vara de marmeleiro na mão, obrigou-me a voltar para casa, a toque de caixa, e …TODO NU!”
– E então?
“Fiquei com o rabo empolado, mas aprendi a lição.”
Sertório Ramalho, 48 anos, nasceu em Lisboa mas é de matriz morense. `Trabalha na Câmara Municipal de Mora. É músico e professor de música.
Visitar a sua exposição é visitar as tradições do concelho.
É sentir o amor sem limites de um filho que, após a cegueira da progenitora devido às diabetes, honrou o seu trabalho artístico continuando a executar, com mestria, os seus bordados e tricôs.